Índice de Preços ao Produtor varia 0,43% em fevereiro

Os preços da indústria variaram 0,43% em fevereiro de 2019, resultado superior ao de janeiro de 2019 (-0,75%). Das 24 atividades pesquisadas, 11 apresentaram variações positivas de preços, mesma quantidade do mês anterior. Esta divulgação do Índice de Preços ao Produtor (IPP) incorpora as atualizações implementadas na pesquisa, que incluem uma ampliação da amostra das empresas e mudanças nos pesos dos produtos investigados. A nota técnica sobre esta atualização pode ser acessada aqui. O material de apoio desta divulgação está disponível à direita.

 

Período Taxa
Fevereiro de 2019 0,43%
Janeiro de 2019 -0,75%
Fevereiro de 2018 0,38%
Acumulado no ano -0,33%
Acumulado 12 meses 8,36%

 

Na passagem de janeiro para fevereiro de 2019, os preços das indústrias extrativas e de transformação (indústria geral) variaram 0,43%, valor superior ao observado na comparação entre janeiro/2019 e dezembro/18 (-0,75%). As quatro maiores variações ocorreram entre os produtos das seguintes atividades industriais: indústrias extrativas (7,97%), refino de petróleo e produtos de álcool (4,22%), outros produtos químicos (-1,85%) e farmacêutica (1,48%). As maiores influências foram refino de petróleo e produtos de álcool (0,40 p.p.), indústrias extrativas (0,31 p.p.), outros produtos químicos (-0,16 p.p.) e alimentos (-0,12 p.p.).

 

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções  – Últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variações (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
DEZ/18 JAN/19 FEV/19 DEZ/18 JAN/19 FEV/19 DEZ/18 JAN/19 FEV/19
Indústria Geral -1,56 -0,75 0,43 9,64 -0,75 -0,33 9,64 8,31 8,36
B – Indústrias Extrativas -8,13 -7,59 7,97 26,58 -7,59 -0,23 26,58 15,56 22,02
C – Indústrias de Transformação -1,23 -0,46 0,12 8,96 -0,46 -0,33 8,96 7,98 7,79
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria        

 

No acumulado no ano (fevereiro de 2019 contra dezembro de 2018) o resultado foi de       -0,33%, contra -0,75% em janeiro de 2019. As quatro maiores variações de preços ocorreram em refino de petróleo e produtos de álcool (5,42%), outros produtos químicos     (-5,02%), fumo (-2,67%) e metalurgia (-2,41%). Neste indicador, os setores de maior influência foram: refino de petróleo e produtos de álcool (0,50 p.p.), outros produtos químicos (-0,44 p.p.), alimentos (-0,34 p.p.) e metalurgia (-0,15 p.p.).

Na comparação de fevereiro de 2019 com fevereiro de 2018, os preços variaram 8,36%, contra 8,31% em janeiro de 2019. As quatro maiores variações de preços ocorreram em indústrias extrativas (22,02%), outros equipamentos de transporte (13,87%), refino de petróleo e produtos de álcool (12,59%) e fumo (11,24%). Com a atualização da série histórica neste mês, ainda não é possível, nesta comparação, determinar a influência.

Entre as Grandes Categorias Econômicas, a variação de preços de 0,43% em fevereiro repercutiu da seguinte maneira: 0,23% em bens de capital; 0,64% em bens intermediários; e 0,16% em bens de consumo, sendo que 0,18% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 0,16% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis. E a influência das Grandes Categorias Econômicas foi a seguinte: bens de capital (0,02 p.p.), bens intermediários (0,35 p.p.) e bens de consumo (0,06 p.p.), sendo bens de consumo semiduráveis e não duráveis (0,05 p.p.) e bens de consumo duráveis (0,01 p.p.).

 

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas  – Últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variações (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
DEZ/18 JAN/19 FEV/19 DEZ/18 JAN/19 FEV/19 DEZ/18 JAN/19 FEV/19
Indústria Geral -1,56 -0,75 0,43 9,64 -0,75 -0,33 9,64 8,31 8,36
Bens de Capital (BK) 1,28 0,52 0,23 10,99 0,52 0,74 10,99 11,25 11,13
Bens Intermediários (BI) -2,81 -1,27 0,64 13,09 -1,27 -0,64 13,09 10,69 10,55
Bens de consumo(BC) 0,01 -0,25 0,16 3,64 -0,25 -0,09 3,64 3,50 3,94
Bens de consumo duráveis (BCD) 0,50 1,42 0,18 6,06 1,42 1,60 6,06 6,24 6,37
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) -0,15 -0,61 0,16 2,88 -0,61 -0,45 2,88 2,81 3,35
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria        

 

Destacaram-se os seguintes setores:

Indústrias extrativas: em fevereiro, os preços das indústrias extrativas subiram 7,97%, sua primeira alta após quatro meses de queda. O acumulado do ano teve variação negativa 
(-0,23%). Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve alta de 22,02%, a maior variação observada para a indústria geral. As indústrias extrativas contribuíram com 0,31 p.p. sobre o IPP da indústria geral em relação a janeiro (0,43%), e com -0,01 p.p. sobre o IPP acumulado no ano (-0,33%).

Alimentos: os preços do setor, na comparação mês contra mês anterior, variaram em média -0,53%, segundo resultado negativo consecutivo. Com isso, o acumulado no ano estava, em fevereiro, em -1,51%. Apesar dos resultados negativos dos dois primeiros meses do ano, os preços de fevereiro de 2019 eram 6,86% maiores do que os de fevereiro de 2018, resultado que é menor do que as comparações de janeiro 2019/janeiro 2018 e de dezembro 2018/dezembro de 2017, 8,34% e 8,25%, respectivamente.

O setor de alimentos exerceu a quarta principal influência no IPP em relação a janeiro (- 0,12 p.p. em 0,43%) e a terceira no acumulado do ano (-0,34 p.p. em -0,33%). Somente em dezembro de 2019, quando a série nova terá 13 informações, será possível calcular a influência na comparação com o mesmo mês do ano anterior (M/M-12). Em termos de variação e de influência, dois produtos se destacam: “carnes de bovinos congeladas” e “resíduos da extração de soja”, ambos com variação negativa.

A única influência positiva no setor de alimentos veio de “açúcar VHP (very high polarization)”. A queda nos preços do derivado de soja e de “carnes de bovinos congeladas” explica-se pela apreciação do Real no mês (de 0,5%). No caso do “açúcar VHP”, o aumento está em linha com o mercado mundial.

Refino de petróleo e produtos de álcool: em fevereiro, os preços do setor, frente a janeiro, variaram 4,22%, maior taxa desde setembro de 2018 (7,43%). Com isso, a variação acumulada até fevereiro foi de 5,42% e, na comparação com fevereiro 2018, de 12,59%. O setor foi um dos quatro que influíram em todos os indicadores calculados (de variação ou de influência). Assim, em termos de variação: foi a segunda maior em relação a janeiro, a primeira no acumulado e a terceira na comparação com fevereiro de 2018. Em termos de influência, foi a primeira em relação a janeiro (0,40 p.p. em 0,43%) e no acumulado (0,50 p.p. em -0,33%).

São os mesmos produtos destacados em termos de variação e influência, todos com variação positiva. A influência dos quatro produtos foi de 4,27 p.p. em 4,22% (o restante da influência, -0,05 p.p, se deve à variação observada nos outros seis produtos). Uma das diferenças entre a amostra anterior e a atual é considerar “óleos combustíveis, exceto diesel” e “óleo diesel” como dois produtos distintos. No mês de fevereiro, ambos se destacaram, mas o peso de cada um no cálculo é diferente. “óleos combustíveis, exceto diesel” pesa 5,26% e “óleo diesel”, 40,74% (os pesos dos produtos podem ser encontrados aqui.

Outros produtos químicos: a indústria química, em fevereiro, apresentou pelo quarto mês seguido uma variação média de preços negativa, neste caso de -1,85% em relação a janeiro, o que resultou, mesmo assim, em um acumulado nos últimos 12 meses de 9,94%, mas que no ano resultou em -5,02% de variação.

As duas variações negativas (no mês e no ano) fizeram a atividade liderar a queda de preços entre as 24 atividades analisadas na pesquisa. A redução de preços está muito ligada aos resultados internacionais, aos custos da matéria-prima importada e à queda de preços da nafta acumulada no ano. Vale a pena ressaltar que, das quatro maiores variações de preços da atividade no mês, três foram negativas, sendo que três dos produtos que foram destaque neste tipo de análise também o foram em termos de influência: “benzeno”, “fungicidas para uso na agricultura” e “propeno (propileno) não-saturado”, os dois primeiros com resultados negativos. O quarto produto com destaque na variação de preços foi o “etileno (eteno) não saturado” e em relação a influência dos resultados no mês aparece “adubos ou fertilizantes minerais ou químicos fosfatados”, ambos com queda de preços.

Em relação aos resultados acumulados no ano, os quatro produtos de maior influência tiveram resultados negativos, são eles: “adubos ou fertilizantes à base de NPK”, “benzeno”, “fungicidas para uso na agricultura” e “polipropileno (PP). Os quatro produtos de maior influência no mês contra mês imediatamente anterior influenciaram o resultado negativo em -0,61 p.p. no resultado de variação de -1,85% no mês, ou seja, os demais 35 produtos contribuíram positivamente com -1,24 p.p.

Metalurgia: na comparação de fevereiro de 2019 contra janeiro de 2019, os preços variaram -0,73%, quinta variação negativa seguida e a terceira maior no mês entre as atividades que tiveram queda de preço. No acumulado no ano, o setor metalúrgico teve a terceira maior redução de preços no IPP, -2,41%, e mesmo assim a atividade acumulou nos últimos 12 meses variação de 8,13% (28ª variação positiva consecutiva neste tipo de indicador). Uma análise dos números índices da série indicam que entre dezembro de 2013 (antiga base da série) e fevereiro de 2019, os preços do setor tiveram uma variação média de 44,52%.

No setor, os três produtos que mais influenciaram os resultados tiveram queda de preços: “chapas e tiras, de alumínio, de espessura superior a 0,2mm”, “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos” e “óxido de alumínio (alumina calcinada) ”. Em contrapartida, aparece “ouro para usos não monetários”, com resultados positivos. Os quatro produtos representaram -0,37 p.p. da variação no mês, ou seja, da variação de -0,73%, estes quatro produtos representaram mais da metade, enquanto que os demais 20 produtos analisados ficaram com -0,36 p.p.

Dos quatro produtos como destaque na influência, apenas um também é destaque na variação, as “chapas e tiras, de alumínio, de espessura superior a 0,2mm”. Os demais produtos em destaque são: “alumínio não ligado em formas brutas”, “bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos” e “barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre”, sendo que os dois primeiros tiveram variações negativas.

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