Índice de Preços ao Produtor (IPP) é de 1,00% em junho

Em junho de 2022, os preços da indústria subiram 1,00% frente a maio. O acumulado no ano atingiu 10,12% e o acumulado em 12 meses chegou a 18,78%. Em junho, das 24 atividades analisadas, 15 tiveram alta de preços.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).

Em junho de 2022, os preços da indústria subiram 1,00% frente a maio. As quatro maiores variações foram em: refino de petróleo e biocombustíveis (4,05%); impressão (3,97%); indústrias extrativas (-2,89%); e alimentos (1,99%). As maiores influências ocorreram em: refino de petróleo e biocombustíveis (0,52 ponto percentual), alimentos (0,46 p.p.), indústrias extrativas (-0,17 p.p.) e metalurgia (-0,10 p.p.)

 O acumulado no ano atingiu 10,12%, ante 9,03% em maio/2022. O segundo maior já registrado para um mês de junho desde o início da série histórica, em 2014. As maiores variações foram em: refino de petróleo e biocombustíveis (31,48%), indústrias extrativas (26,93%), impressão (12,86%) e papel e celulose (11,50%). Já os setores de maior influência foram: refino de petróleo e biocombustíveis: 3,50 p.p., alimentos: 1,86 p.p., indústrias extrativas: 1,31 p.p. e outros produtos químicos: 0,85 p.p.

O acumulado em 12 meses foi de 18,78%, ante 19,12% em maio/2022. As quatro maiores variações foram: refino de petróleo e biocombustíveis (59,69%); outros produtos químicos (33,57%); fabricação de máquinas e equipamentos (21,73%); e minerais não metálicos (20,86%). As maiores influências foram em refino de petróleo e biocombustíveis (5,90 p.p.); alimentos (4,20 p.p.); outros produtos químicos (3,00 p.p.); e veículos automotores (0,99 p.p.)

A variação de preços de 1,00% na passagem de maio para junho repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 0,98% de variação em bens de capital (BK); 1,04% em bens intermediários (BI); e 0,92% em bens de consumo (BC), sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis (BCD) foi de 0,48%, ao passo que nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) foi de 1,01%.

A principal influência entre as Grandes Categorias Econômicas veio dos bens intermediários, cujo peso no índice geral foi de 59,21% e respondeu por 0,62 p.p. da variação de 1,00% nas indústrias extrativas e de transformação. Completam a lista, bens de consumo (0,32 p.p.) e bens de capital (0,07 p.p.). No caso de bens de consumo, a influência se divide em 0,03 p.p., que se deveu aos bens de consumo duráveis, e 0,29 p.p. associado aos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado no ano (10,12%), a variação foi de 6,72%, no caso de bens de capital; 11,16% em bens intermediários; e 9,01% em bens de consumo – sendo que bens de consumo duráveis acumulou variação de 5,23%, enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis, 9,74%.

Em termos de influência no resultado acumulado até junho, bens de capital foi responsável por 0,46 p.p. dos 10,12% da indústria geral. Bens intermediários respondeu por 6,55 p.p., enquanto bens de consumo exerceu influência de 3,11 p.p. no resultado da indústria, influência que se divide em 0,29 p.p. devidos às variações nos preços de bens de consumo duráveis e 2,82 p.p. causados pelas variações de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado em 12 meses, a variação de preços de bens de capital foi de 18,15% em junho/2022. Os preços dos bens intermediários, por sua vez, variaram 19,41% no ano e a variação em bens de consumo foi de 17,82%, sendo que bens de consumo duráveis apresentou variação de preços de 12,02% e bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 18,96%.

Bens intermediários foi responsável por 11,43 p.p. dos 18,78% de variação acumulada em 12 meses na indústria, neste mês de referência. No resultado de junho de 2022, houve, ainda, influência de 6,13 p.p. de bens de consumo e de 1,21 p.p. de bens de capital.

Bens de consumo recebeu 0,68 p.p. por bens de consumo duráveis e 5,45 p.p. por bens de consumo semiduráveis e não duráveis, que tem peso de 84,39% na grande categoria.

Indústrias extrativas – os preços do setor variaram -2,89%, a segunda queda observada no ano (a outra foi em abril, -11,54%). Com isso, a variação acumulada no ano saiu de 30,71%, em maio, para 26,93% em junho. No acumulado em 12 meses, o resultado voltou para o campo negativo (-10,13%), o que havia acontecido entre fevereiro (-5,73%) e abril (-10,95%).

O setor teve a terceira maior variação (a única negativa nas quatro selecionadas) no M/M-1 e a segunda maior acumulada no ano (neste caso, positiva). O setor foi também a terceira maior influência no M/M-1 (-0,17 p.p., em 1,00%) e no acumulado no ano (1,31 p.p., em 10,12%). A queda no mês se deve ao recuo de preço dos minérios de ferro, que acompanhou o movimento no mercado internacional.

Alimentos – em junho, pelo quinto mês consecutivo, a comparação de preços do mês contra o mês anterior foi positiva, 1,99%. Com isso, os indicadores acumulados no ano e acumulados em 12 meses avançaram frente aos resultados do mês anterior. O acumulado no ano saiu de 5,72%, em maio, para 7,83% em junho; o acumulado em 12 meses, de 15,46% para 17,92% (que é o maior resultado desde dezembro de 2021, 18,66%).

O setor teve a quarta maior variação (no caso, positiva), na perspectiva do M/M-1, além de ser a segunda maior influência nos três indicadores: 0,46 p.p., em 1,00% (M/M-1); 1,86 p.p., em 10,12% (acumulado no ano); e 4,20 p.p., em 18,78% (M/M-12). 

Os produtos lácteos se destacaram em termos de variação. No indicador mensal e no acumulado no ano, os quatro produtos destacados são derivados do leite. No acumulado em 12 meses, dos quatro produtos destacados, dois são lácteos. Já, em termos de influência, nos três indicadores, e sempre com influência positiva, aparece “leite esterilizado / UHT / Longa Vida”.

A influência dos quatro produtos destacados no M/M-1 soma 0,08 p.p.. 

Em termos de grupo, apenas dois, na perspectiva mensal, tiveram variação superior à da média: “laticínios” (14,91%) e “fabricação e refino de açúcar” (3,12%). O aumento de preço dos laticínios está em linha com a entressafra habitual, assim como o açúcar. Dois grupos, por outro lado, tiveram variação negativa de preços na passagem de maio para junho: “fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais” (-2,51%) e “torrefação e moagem de café” (-0,26%).

Os preços dos “laticínios” também variaram acima da média do setor tanto no acumulado no ano (46,04% contra 7,83% do setor), quanto no acumulado em 12 meses (40,97% contra 17,92%). De todo modo, na perspectiva do M/M-12, a variação observada no preço do grupo “torrefação e moagem de café” sobressai às demais, uma vez que foi de 64,12%.

Refino de petróleo – frente ao mês anterior, os preços do setor subiram 4,05%. Com isso, avançaram tanto o acumulado no ano (de 26,37%, em maio, para 31,48%) quanto no acumulado em 12 meses (de 53,79% para 59,69%).

O destaque dado ao setor se deve a seu protagonismo em todos os indicadores calculados. Teve a maior variação nos três indicadores, sempre com variação positiva de preços. O setor também teve a maior influência: 0,52 p.p., em 1,00% (M/M-1); 3,50 p.p., em 10,12% (acumulado no ano); e 5,90 p.p., em 18,78% (M/M-12).

Chama a atenção que um único produto, entre os destacados, teve variação negativa de preços, “álcool etílico (anidro ou hidratado)” – acompanhando o fim da colheita de cana-de-açúcar. 

Outros produtos químicos – a indústria química, no mês de junho, apresentou uma variação de 0,54%, revertendo o sinal da variação ocorrida em maio (-1,42%). Uma análise por grupo econômico mostra que o resultado do mês ficou distribuído de forma bastante semelhante entre eles, com “fabricação de produtos químicos inorgânicos” apresentando uma variação média de 0,68% no mês, “fabricação de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários”, 0,90%, e “fabricação de resinas e elastômeros”, 0,51%.

Desta forma, o acumulado no ano alcançou 8,28%, com um comportamento distinto do mensal: os grupos “fabricação de produtos químicos inorgânicos” e “fabricação de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários” alcançaram respectivamente 9,26% e 35,31%, enquanto “fabricação de resinas e elastômeros”, que teve uma variação positiva no mês, alcançou -6,04% no acumulado anual.

No acumulado dos últimos 12 meses, o destaque foi em químicos inorgânicos, influenciados pelo aumento de preços de adubos/fertilizantes. A variação de preços, neste grupo, foi de 69,28%, seguida de 47,38% em “fabricação de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários”, ambos contribuindo significativamente para a variação em 12 meses de 33,57%. Já “fabricação de resinas e elastômeros” apresentou uma variação de -5,17% em 12 meses.

No tocante aos quatro produtos que mais influenciaram o resultado (0,46 p.p., em 0,54%), houve um aumento de preços em “adubos ou fertilizantes à base de NPK” e “herbicidas para uso na agricultura”. Em situação oposta estão “adubos ou fertilizantes minerais ou químicos, fosfatados” e “propeno (propileno) não saturado”. Os demais 35 produtos pesquisados na atividade tiveram, em média, um resultado positivo de 0,08 p.p. da variação final da atividade.

Entre os produtos que mais influenciaram os resultados no acumulado no ano e em 12 meses, destacam-se “adubos ou fertilizantes à base de NPK”, “herbicidas para uso na agricultura” e “adubos ou fertilizantes minerais ou químicos, fosfatados”, todos com resultados positivos.  No acumulado no ano, ainda é destaque “policloreto de vinila (PVC)”, com variação negativa; e, no acumulado em 12 meses, “superfosfatos”, com resultado positivo.

O setor se destacou, na comparação com as 24 atividades da pesquisa, por ter a segunda maior variação de preços no acumulado em 12 meses, além de apresentar a quarta maior influência no acumulado no ano e a terceira no acumulado em 12 meses.

Metalurgia – frente a maio, a variação de preços da atividade foi de -1,50%, após três variações positivas seguidas. Desta forma, o setor acumulou uma variação de 2,62% no ano e de 10,08% em 12 meses. Uma outra informação de destaque é que, entre dezembro de 2018 (base da amostra atual) e junho de 2022, os preços do setor tiveram uma variação acumulada de 92,21%, valor superior ao do Indicador geral do IPP para o mesmo período (77,62%).

Os resultados do setor estão ligados ao grupo siderúrgico (produtos de aço) e ao de materiais não ferrosos (cobre, ouro e alumínio): o siderúrgico é afetado pela recomposição de estoques na cadeia consumidora, pelos preços de minério de ferro, em queda no mês e no acumulado em 12 meses. Além disso, em junho, o dólar subiu 1,9% frente ao real.  Já os resultados de materiais não ferrosos estão ligados às cotações das bolsas internacionais.

O grupo econômico siderúrgico, que faz parte da atividade de metalurgia, recuou pela quarta vez no ano e a sétima nos últimos 12 meses (-0,55%).  Com isso, em junho, o acumulado chegou a 8,01 no ano e a 8,18%, nos últimos 12 meses.

Os quatro produtos que mais influenciaram a variação no mês responderam por -1,04 p.p., de -1,50%, cabendo, então, -0,46 p.p. aos demais 20 produtos analisados.

Os quatro produtos que mais influenciaram os resultados no mês foram: “óxido de alumínio (alumina calcinada)”, “chapas e tiras, de alumínio, de espessura superior a 0,2 mm”, “alumínio não ligado em formas brutas’ e “lingotes, blocos, tarugos ou placa de aços ao carbono”, sendo que apenas o último teve variação positiva de preço no mês.

Em relação às influências no acumulado no ano e em 12 meses, três produtos aparecem nos dois indicadores, sendo dois com resultados positivos: “ferro-gusa” e “lingotes, blocos, tarugos ou placa de aços ao carbono”. O produto “óxido de alumínio (alumina calcinada)” apresenta no acumulado do ano variação negativa, mas, no acumulado em 12 meses, um resultado positivo. Finalmente aparecem “bobinas ou chapas de aços galvanizadas, zincadas ou cromadas”, com variação positiva no acumulado do ano, e “chapas e tiras, de alumínio, de espessura superior a 0,2 mm”, com influência positiva nos 12 meses.

O setor metalúrgico se destacou, na comparação com as 24 atividades da pesquisa, por ter a quarta maior influência nos preços do mês.

Veículos automotores – em junho, a variação observada no setor, quando comparada com o mês imediatamente anterior, foi de 0,93%. Este foi o 24º resultado positivo consecutivo neste indicador, acumulando, nesses dois anos, um aumento de 30,79%. Vale lembrar que, durante esse período, o setor tem observado um aumento de custos em sua cadeia produtiva, em especial de insumos eletrônicos, por conta da crise de semicondutores. No primeiro semestre de 2022, o setor acumula uma variação de 6,82%. E a variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 14,62%, resultado próximo ao observado em maio, de 14,69%.

Assim como vem ocorrendo nos últimos meses, a atividade de veículos automotores se destacou, dentre todos os setores analisados na pesquisa, por apresentar a quarta maior influência no resultado acumulado em 12 meses, dessa vez com 0,99 p.p. em 18,78% da Indústria Geral.

 O grupo econômico “fabricação de automóveis, camionetas e utilitários” apresentou, em junho, variação de 0,52% frente a maio. Assim como ocorre no setor, esse é o 24º resultado positivo consecutivo nesse indicador, tendo acumulado um aumento de 25,81% nesse período. Além disso, o grupo acumula, nesses seis primeiros meses de 2022, uma variação de 5,59%, contra 12,05% nos últimos 12 meses. Todos esses resultados estão abaixo da média do setor.

Os quatro produtos de maior influência no M/M-1 impactaram positivamente o índice: “sistemas de marcha e transmissão para veículos automotores”, “automóvel passageiro, a gasolina ou bicombustível”, “caminhão-trator, para reboques e semirreboques” e “peça sist. direção/suspensão para veíc. automotor exc. mola”. A influência desses quatro produtos que mais impactaram a variação do mês em relação ao mês imediatamente anterior foi de 0,83 p.p., ou seja, os demais 19 produtos da atividade contribuíram com 0,10 p.p.

Em relação aos indicadores de longo prazo, acumulado no ano e M/M-12, os quatro produtos de maior influência nos índices são comuns entre os indicadores e os impactaram positivamente: “automóvel passageiro, a gasolina ou bicombustível”, “caminhão-trator, para reboques e semirreboques”, “caminhão diesel com capacidade superior a 5t” e “sistemas de marcha e transmissão para veículos automotores”. (IBGE) Imagem: Pixabay

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