Economia dos EUA tem melhor ritmo de crescimento desde 2014

Trump comemora alta de 4,1% do PIB no segundo trimestre, classificando cifra de “milagre” originado da sua agenda econômica e prometendo números ainda maiores. Analistas alertam que resultado pode ter causas temporárias.

O presidente dos EUA, Donald Trump, comemorou nesta sexta-feira (27/07) o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) americano à taxa anualizada de 4,1% no segundo trimestre de 2018, o melhor ritmo de crescimento em quatro anos. No primeiro trimestre do ano, o avanço havia sido de 2,2%.

Trump classificou o crescimento de um “milagre”, reivindicando-o como uma conquista de sua agenda econômica. O chefe de governo prometeu que a cifra “será muito mais alta” no futuro e disse que os Estados Unidos são “a inveja econômica do mundo”.

“À medida que os acordos comerciais forem sendo feitos um a um, vamos conseguir números muito mais altos, e estes já são grandes números”, afirmou o presidente, em declaração à imprensa na Casa Branca. “Para todos os lugares que olhamos, vemos os efeitos do milagre econômico americano.”

O crescimento, em linha com projeções de economistas, é atribuído, em parte, a um plano de estímulo fiscal aprovado pelo governo Trump em dezembro do ano passado. Este consiste na redução de impostos às empresas nacionais e aos trabalhadores, o que provocou aumento de consumo. Economistas alertam, no entanto, que o crescimento pode ser causado por fatores temporários.

Entre 2012 e 2017, a economia americana expandiu uma média de 2,2% por ano. Em 2014, o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 5,1% no segundo trimestre, e de 4,9% no terceiro trimestre. O crescimento do último trimestre é o mais alto desde então.

Em comparação ao segundo trimestre de 2017, a economia cresceu 2,8% entre abril e junho deste ano. A meta de Trump é que a o PIB avance 3% ou mais em 2018, e alguns economistas acreditam que isso seja possível.

No período de abril a junho, os gastos do consumidor tiveram sua maior alta em quase quatro anos, de 4%, com os americanos comprando mais carros e gastando mais em saúde, moradia, serviços públicos, restaurantes e hotéis, segundo o relatório do Departamento de Comércio dos EUA.

As compras de bens e produtos aumentaram 5,9% – com a maior contribuição proveniente das vendas de carros – enquanto os serviços subiram 3,1%.

Mas o relatório assinala outro impulso a partir de uma fonte incomum: fortes exportações, que aumentaram 9,3%, impulsionadas pelas vendas externas de petróleo e soja, que agora enfrentam rígidas tarifas chinesas.

Analistas atribuíram o aumento de exportações a compras para estocagem realizadas por importadores chineses, agindo preventivamente, antes que as tarifas retaliatórias de Pequim sobre os bens dos EUA começassem a vigorar em julho. Isso pode indicar que o comércio deve cair no terceiro trimestre, puxando para baixo a taxa de crescimento.

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