Após crime da Vale, rio Paraopeba concentra metais pesados e nocivos à saúde

Relatório da Fundação SOS Mata Atlântica aponta presença de ferro, cobre, cromo e manganês, substâncias que tornam imprópria a água do Paraopeba para qualquer tipo de uso
 
O relatório da Fundação SOS Mata Atlântica apresentado nesta quarta-feira (27) comprovou que o rio Paraopeba está morto após o rompimento da barragem administrada pela mineradora Vale, em Brumadinho (MG), no mês passado. A qualidade da água do rio, que varia entre ruim e péssima, concentra desde então uma alta quantidade de metais pesados.

A expedição pelo rio, que percorreu um total de dois mil quilômetros por estradas, passando em 21 cidades para analisar os 305 quilômetros do curso da água, encontrou substâncias como ferro, cobre, cromo e manganês em níveis acima do permitido pela legislação.

“Esses metais pesados são cumulativos no ambiente e altamente nocivos à saúde nessas concentrações, então, por conta disso e de outros poluentes também, a água está indisponível e imprópria para qualquer tipo de uso, nem para animais, abastecimento público e, infelizmente, para abrigar vida aquática no rio”, explica a especialista em recursos hídricos da entidade, Malu Ribeiro, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

A partir do crime da Samarco, em Mariana, também em Minas Gerais, e agora, em Brumadinho, Malu defende o cumprimento da legislação ambiental brasileira e o fim da impunidade aos dirigentes responsáveis por essas mineradoras. “Enquanto não acabar com isso aí, nós vamos estar à mercê de outras tragédias”, ressalta a especialista.

Redação RBA

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *